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Mostrando postagens de maio, 2015

A Personificação do Brasileiro

Recentemente revirei alguns jornais antigos e acabei lendo algumas notícias antigas e, paradoxalmente, muitíssimo atuais.  Numa das páginas que encontrei trazia um artigo do Bosco Saraiva. Regularmente, este mesmo articulista até escreve coisas interessantes, mas a que eu sorteei era, minimamente, de um péssimo gosto! Bosco Saraiva elogiava Pelé com exagerados adjetivos e o trecho que achei mais ridículo foi: "um ser humano maravilhoso". Ora, não discutiremos aqui o talento, êxitos e méritos do Maior Atleta do Século XX, mas chamá-lo assim por suas competências sinestésicas e classificando-o pessoalmente e individualmente por isso é idiotice. Um Homem não se constrói com gols, dribles e belas jogadas dentro de quatro linhas, mas com atitudes e valores que poucos são detentores. Bem sabemos que o Brasil jamais foi um país intelectualizado. A estupidez do povo brasileiro é explícita, principalmente quando o assunto é nacionalismo. O brasileiro passa a maioria dos seus

Sobre a Democracia

  Vinha no ônibus. A noite manauara, só pra variar, estava quente. Os caboclos se apertavam no transporte coletivo. Quase chegando à casa da minha (ex) namorada, vi uma rua chamada Herodes. De pronto, me espantei. O que me chamou a atenção é que a comunidade onde ela mora chama-se “Aliança com Deus”. Como pode uma comunidade que homenageia a religiosidade – com um dos principais símbolos dos primórdios religiosos da ligação Homem-Deus – ter uma rua que homenageia um dos principais algozes de Cristo? A resposta é clara: O povo é estúpido. O mesmo povo que hoje clama por Jesus, que infestam a cidade com inúmeras igrejas, tendas e outras casas de adoração, foi o mesmo que outrora assistiu passivamente à crucificação e morte de seu principal herói. Fictícia ou não, a história de Jesus é um exemplo claro da estupidez e idiotice do indivíduo humano. Não é incomum ver um eleitor lamuriando-se pela incompetência de um político. Ora, quem será mais incompetente: o eleitor ou o eleito? Há

Os Mortos Vivos

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Interessante que mesmo depois de mortos, alguns predestinados continuam encantando, fazendo com que sua arte continue, permaneça. Definitivamente, a arte é imortal! O filme “Tempos Modernos”, obra memorável de Chaplin, deveria ser considerado a oitava maravilha do Mundo. Antes de se comentar sobre a qualidade da filmagem, do elenco, do enredo, da sonoplastia (levando-se em conta os recursos técnicos da época), temos que lembrar que se trata, sobretudo, de uma profunda crítica social. A alienação provocada pelo trabalho repetitivo, expressão máxima e extrema do fordismo, é explicitado. Com muitíssimo bom humor, Carlitos deixa sua mensagem. Trata ali de furtos motivados pela pobreza para saciar a própria fome e outras mazelas sociais.  Ali podemos contemplar o talento e desenvoltura ante as câmeras de um dos mais bem sucedidos ateus. Gravado em 1936, mesmo alguém que nasceu em 1990 (assim como eu) pode relacionar-se com o gênio de Chaplin. Um livro, uma pintura ou melodia também

Os Prédios e a Personalidade

Há pouco mais de 1 ano me mudei para o bairro de Santa Etelvina, na zona norte de Manaus. Nesses 24 anos aprendi a viver na periferia. Nem mesmo as longas viagens ao Centro da cidade me molestam. Possivelmente essa é uma característica do conformismo (uma das coisas que mais detesto), um sentimento indispensável para a felicidade ou bem-estar espiritual.  Nesses últimos tempos aprendi que ficar se lamuriando e evitar viver bem consigo mesmo por fatores externos é uma bobagem, um empecilho para o bem-viver. Hoje em dia estou mais tranquilo e, possivelmente, mais contente. Uma coisa que tem me chamado atenção na redondeza da minha moradia é a mescla entre o provincianismo e modernidade. Alguns núcleos do bairro são agitados, com bares, restaurantes, um comércio intenso... No mais, outras áreas são calmas, chegando ao enfadonho. Um dia desses fui comprar umas cervejas e as tabernas estavam fechadas, como na Manaus do século XIX onde era quase sagrado o descanso diário no horário

Se Essa Cama Fosse Minha...

Saí do meu quarto e migrei para o da minha mãe. O dia começava quente em Manaus, queria dormir um pouco mais que, por conta dos meus pensamentos perturbadores, não aconteceu. Logo, comecei a refletir sobre o quanto o tipo de cama pode dizer sobre a nossa personalidade. Tenho uma cama de solteiro. Essa característica pertence às pessoas que tem asco pela vida a dois.  Eu sou solteiro convicto. Penso no casamento como uma instituição falida, fadada ao fracasso. O Homem nasceu para a liberdade e, convenhamos que, casamento e liberdade são conceitos totalmente antagônicos. O casamento só ensina coisas que ninguém precisaria saber de não fosse casado. O adultério é a prova fundamental que a associação através do casamento exige um nível de confiança e risco demasiado perigoso e desnecessário.  Querer outra pessoa apenas para si é mesquinho e egoísta. Portanto, Dormir numa cama de solteiro é desfrutar da sua própria companhia, sentir sua respiração, é aquecer-se com seu próprio cal

Reclusão e Avatar

Está claro para mim que as propagandas são as minhas principais fontes de inspiração. Talvez por um sonho frustrado dos tempos em que eu almejava trabalhar em um escritório criando formas de atingir o cliente e alcançar o objetivo premente de gerar consumo. Agora, o objeto de reflexão foi um comercial da Claro, operadora de telefonia móvel que expandiu para o ramo de TV à cabo. Na cena, um casal está no cinema e a esposa reclama amiúde com o marido por conta da comodidade que uma sala de cinema não oferece. Para ela, o ideal seria ter ficado em casa para assistir o mesmo filme com todos os recursos que os canais fechados oferecem. O que mais chamou atenção foi o fato de que, nesse caso, não é a propaganda que se interessa em moldar a sociedade e sim características sociais já há muito anunciadas por teóricos futuristas é que dão o "tom" da propaganda. Ora, vivemos numa era dedicada à individualidade. A coletividade, confraternizações, e possivelmente até mesmo a fam